quinta-feira, 21 de abril de 2011

Hoje

Dei passos involuntários em direção a lugar nenhum. Andei por calçadas, virei esquinas, atravessei ruas, sem objetivo, sem meta, sem destino. Nunca imaginei que a distância roubaria outra vez a minha felicidade. Você se mudou de cidade da noite pro dia, literalmente. E eu não pude te dar o ultimo abraço, o ultimo beijo e dizer o ultimo tchau. Eu não pude ao menos ver seus olhos pela ultima vez, te sentir perto de mim e delirar no teu sorriso, como eu sempre fui acostumada. As coisas acabaram assim, forçadas. Fui obrigada a dizer adeus na hora em que eu mais precisava dizer “me abraça”. Eu queria te pedir desculpas pelas vezes em que não te dei tanta atenção, ou sei lá, o tanto que você merecia. Eu deveria ter dito o quanto eu gosto de quando você sorri, ou também de quando você tenta segurar sua risada. Eu deveria ter dito o quanto você fica engraçado e sério enquanto lê e como eu gosto quando você coloca em prática suas tentativas falhas de disfarçar seus cíumes. Eu deveria ter feito o mínimo de esforço e ter saído com você em pelo menos uma sexta a noite ou ter te ligado quando você disse “e se quiser, pode me ligar”. Eu deveria ter tirado aquela foto, pra que eu pudesse guardá-la. Eu deveria, eu deveria, eu deveria… eu faço uma coleção deles agora. Quando você se depara com o fim de algo, você repensa tudo o que deveria ter feito e não fez por achar que não faltariam oportunidades. Mas pra minha surpresa, a vida veio e rompeu todas as possibilidades que eu tinha de ajustar os pedaços que estavam fora do lugar. Eu nunca percebi o quanto você realmente me fazia bem e o quanto você possuia de mim… E se ainda há algo para ser dito, que seja agora. Pode ser tarde, mas eu te amo.

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